Na primavera de 1918, a epidemia que ficou conhecida como gripe espanhola ou pneumónica, e que surgiu entre os soldados no norte de França, alastrou rapidamente pela população civil europeia e não tardou a atingir Portugal. Em Setembro, quando a epidemia já ceifara muitas vidas e progredia galopante pelo país, Santiago do Cacém ainda não tinha registado nenhum caso. Porém, sabia-se que era uma questão de tempo. As autoridades municipais, em vésperas de adquirirem a plena posse da Igreja de Nª Srª do Monte, consideravam-na o local ideal para instalar os infetados.
No dia 7 de outubro, verificaram-se os dois primeiros no concelho tendo um deles falecido após dar entrada no Hospital Conde do Bracial. A Freguesia de Alvalade foi fortemente afetada, como se depreende do telegrama recebido pelo administrador do concelho: “Está a morrer muita gente com a gripe pneumonica, há famílias gravemente doentes, pedimos providencias médicas e pharmaceuticas – Regedor Brito“. Na tentativa de atenuar as necessidades, foi enviado o quintista em medicina Abel Viola, acompanhado do farmacêutico José Pedro Durães. Nas restantes freguesias do concelho, a mortalidade não foi tão elevada.
_Artigo publicado no “Arquifolha nº 19 (alternativa) – Jornal Trimestral com Notícias do Passado”, do Arquivo Municipal de Santiago do Cacém.
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