As transformações sociais e políticas que se verificaram em Alvalade nos últimos 5, 6 séculos produziram alterações significativas na praça D. Manuel I, o espaço com maior carga histórica e a principal sala de visitas da freguesia. A casa da câmara perdeu a sua função administrativa com a extinção do concelho, em 1836, e no piso térreo há muito que a antiga cadeia de cela única não recebe qualquer “hóspede”. No pelourinho manuelino já não se expiam delitos ou se aplica a justiça doutros tempos. À praça já não chegam os viandantes que procuravam uma refeição, um agasalho ou uma pernoita no hospital/albergue do Espírito Santo, de fundação medieval, desaparecido nos finais do século 19. Na igreja da Misericórdia acabaram os ofícios religiosos, os velórios e os enterramentos dos irmãos da Santa Casa. Da capela do Espírito Santo, outrora situada no início da rua da Lisboa, restam apenas algumas memórias documentais. A antiga Casa dos Juízes já não alberga os magistrados do concelho mas permanece, preservada, agora como residência particular. Na frente maior da praça, já desapareceu a residência dos Lança Parreira, onde o rei D. Miguel I pernoitou em 1834, e cujo espaço daria lugar ao edifício-sede da Casa do Povo em 1964.
Século após século, a vida social, política e administrativa de Alvalade passou sempre pela praça D. Manuel I, o centro cívico e coração da povoação, que ritmava, a cada dia, a vida dos alvaladenses. Foi com essa argamassa de acontecimentos, de factos históricos, de memórias, de edifícios e instituições que se construiu a identidade da praça, e que importa dignificar e revalorizar. Não apenas requalificando o espaço público, mas dando-lhe também vida nova. É nesse contexto que faz sentido criar o núcleo museológico de arqueologia na igreja da Misericórdia, mas também inserir a praça num projecto mais ambicioso, como ponto de partida para um percurso que inclua a igreja matriz (cujo adro e envolvente necessitam de obras de requalificação), a ponte romana (devolvendo-lhe a sua função primitiva enquanto ponte sobre a ribeira de Campilhas e valorizando o caminho de acesso), e a rua Atrás dos Quintais, o principal miradouro da vila. Um percurso devidamente sinalizado e que numa segunda fase poderia estender-se à villa romana da Ameira, escavando, estudando e musealizando as estruturas que dela ainda possam subsistir, e dessa forma desenvolver um projecto que permita contar e dar a conhecer grande parte do processo histórico de Alvalade.
_LPR
Enquanto a vila de Alvalade pertencer ao concelho de Santiago nunca será valorizada.
Para Santiago sede de concelho só interessa o seu umbigo as restantes freguesias são o seu adorno, o pouco que faz no resto do concelho ou é por caridade, por não conseguir evitar ou porque o interesse dos votos canta mais alto (exemplo: Sto. André), pois se a importância das freguesias fosse expressa realmente pelo seu peso em termos de população muito mais seria feito.
Santiago só é cidade porque Sto. André ia de qualquer maneira sê-lo também e porque Alvalade, Ermidas e o Cercal já eram vilas de pleno direito.
A minha conclusão de há muitos anos é que Santiago (concelho) antes do 25 Abril não prestava e depois do dito continua a não prestar pelo motivo que aponto no primeiro parágrafo.