A Ponte Seca

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Ponte seca“O movimento da estação de Alvalade é relativamente pequeno por lhe faltarem estradas de acesso. Seria o natural embarcadouro dos produtos agrícolas do centro e sul da freguesia, assim como da parte oeste da de Aljustrel e de todo o campo sueste da vizinha freguesia de S. Domingos, se, ao menos, pudessem ser utilizados os caminhos, que, em outras partes suprem as estradas. É dificílimo, no Verão, atravessar areais fundíssimos, e impossível, no Inverno, transpor ribeiras caudalosas, que não têm ponte”. O padre Jorge de Oliveira comentava assim a falta de acessos à vila e à estação dos caminhos de ferro, escoadouro importante para as produções agrícolas da freguesia, em 1937. A estrada nacional 261 viria atenuar e resolver boa parte do problema, sobretudo após a construção da ponte dos Arcos (1951), da ponte-passagem de nível sobre a linha férrea (1952) e da ponte seca concluída em Dezembro de 1957, cujo projecto é da autoria do engenheiro projectista Manuel Sabino Sequeira, que também dirigiu a obra. Em leito de cheia, a importância da ponte seca, que  ainda recentemente teve obras de conservação, é inquestionável, embora quase sempre “secundarizada” relativamente à ponte dos Arcos, quer pela dimensão da estrutura quer pelo facto de apenas esta última estar sobre o actual leito do rio Sado.

Do espólio pessoal e arquivo de família do Engº Manuel Sabino Sequeira, autor da obra de arte alvaladense outrora afecta à extinta Junta Autónoma de Estradas (JAE), recebemos elementos novos como uma pequena ficha técnica da ponte e algumas fotografias inéditas das quais publicamos aqui duas (a deste artigo que data de finais de 1957 ou inícios de 1958 e uma outra sobre a fase de construção dos pilares), que agradecemos.

Das pontes de Alvalade, as do passado e do presente, que garantiram a circulação de pessoas e bens e resolveram em grande parte o isolamento que a localização geográfica impôs à vila, depende cada vez mais o crescimento e o desenvolvimento da freguesia numa altura em que a estação dos comboios foi desactivada e já não tem qualquer peso na economia e na vida social alvaladense.

_LPR

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