A sede da Casa do Povo na requalificação da Praça D. Manuel I

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6 Comentários

Casa do Povo de Alvalade (Fachada)Prometida desde 1996, com promessa renovada e obra reprogramada para 2012 e posteriormente adiada mais uma vez, agora para 2015, a requalificação da Praça D. Manuel I arrasta-se no tempo e transformou-se numa verdadeira “saga” sem fim à vista…

Para além das questões de programação da obra, que são puramente do foro político, um dos elementos mais controversos do projecto prende-se com a colocação de uma linha de árvores, de porte considerável, na frente do alçado principal da sede da Casa do Povo, que apresenta uma traça dissonante da restante atmosfera arquitectónica da praça. A ideia do projectista (na imagem, cedida pela Casa do Povo), parece ser reduzir o impacto da frontaria do imóvel relativamente à carga histórica da praça, que remonta ao século XVI. A solução é rejeitada pela direcção da instituição alvaladense e pelos sócios que a conhecem, que alegam que as árvores retirariam luz natural ao edifício, iriam servir de meio de acesso para roubos e assaltos através do piso superior e porque também não querem ver “escondida” e camuflada a sede emblemática de uma instituição prestigiada com 70 anos de trabalho ao serviço da freguesia e da região e cujo percurso pretendem ver respeitado e valorizado. Uma posição legítima e compreensível.

Há também quem defenda que a redução do impacto da sede da Casa do Povo na identidade histórica e arquitectónica da praça pode passar pela demolição do muro que circunda o edifício, um elemento igualmente dissonante no local, e que esse espaço seja reconvertido e ajardinado.

Em suma, julgamos que este projecto, relativamente a esta questão em particular, carece de mais diálogo e mais ideias em discussão, porventura chamando ao processo outros intervenientes e técnicos para que se possa encontrar uma solução pacífica e que consiga integrar, tanto quanto for técnicamente possível, a sede da Casa do Povo na intervenção de requalificação da Praça D. Manuel I, defendendo a identidade histórica do local mas também assumindo a evolução urbanística que sofreu ao longo dos tempos.

_LPR

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6 Respostas a A sede da Casa do Povo na requalificação da Praça D. Manuel I

  1. Francisco Lobo de Vasconcellos   20 de Fevereiro de 2013 at 16:17

    É um desafio interessante e muito complexo: resolver a pouca integração urbana e arquitectónica do edifício, sem o menorizar nem à instituição que representa.
    Conjugar a história mais antiga, da Praça, centro venerável de Alvalade, da igreja da Misericórdia, da memória da casa Lança Parreira e da estadia do Senhor D. Miguel, com a história recente, com o grande trabalho da Casa do Povo.
    E por ser um desafio interessante, porque não chamar os Alvaladenses, em especial os jovens a opinar?
    Porque não uma espécie de concurso de ideias para os jovens desenharem, proporem alguma coisa.
    Tornar toda a Praça mais apelativa, mais vivida, mais harmoniosa.
    Envolver as Escolas, os ATL´s, etc…porque vão ser eles que irão desfrutar o espaço!

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  2. admin   21 de Fevereiro de 2013 at 10:40

    Um concurso de ideias, um colóquio com urbanistas e arquitectos convidados que possam apresentar e discutir soluções, confrontar e debater propostas, etc, parece-me bem. Estas questões devem sempre ser discutidas com as populações e as instituições locais, por forma a tentar envolvê-las nas decisões.
    _LPR

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  3. Manuel F. Neves (Lito)   21 de Fevereiro de 2013 at 12:28

    Entendo que o legado futuro, passa, não só por preservar o passado histórico, como criando o presente, para que, também ele, se torne futuro.
    Não sei se as árvores tapando a frontaria da casa do “POVO”, será solução. Parece-me que não. Contudo, entendo que é na diversidade que se cria o futuro.
    Futuro que, devendo ser harmonioso, deverá representar o tempo presente.
    Há gente com formação académica e de vivência que deveria dar uma opinião sobre este assunto.
    Que sejam, pois, convocados à decisão!
    Abraço, do;
    Lito

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  4. José Raposo Nobre   21 de Fevereiro de 2013 at 13:03

    Conheci a Praça antes da construção da Casa do Povo. Não tenho fotografias, apenas memórias. Hoje lamentamos que os projetistas da
    obra não respeitassem a zona histórica, mas quem respeitava nessa
    época?

    Também o lado Norte era completamente diferente, onde hoje
    está a Oficina do amigo Beijinha era a Casa do José Damaso, o Celeiro
    do Sr. José Mateus e a residência dos pais do Armando Barreiros.
    Para solução atual apenas dou uma sugestão: Que a “emenda não seja
    pior que o soneto”.
    JRN

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  5. Matilde Oliveira   21 de Fevereiro de 2013 at 13:20

    A bonita vista que se tem do 1º andar ia à vida com as árvores.

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  6. Maria Ângela de Atayde   22 de Fevereiro de 2013 at 11:56

    Que a Praça, toda ela, necessita de requalificação, é consensual. No entanto, concordo em absoluto com o aviso deixado pelo nosso estimado amigo Sr. José Nobre:
    “que a emenda não seja pior que o soneto”!

    Num país rico em arquitectos de excelência não faria sentido. Ou faria?

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