O longo e prestigiante passado histórico de Alvalade parece não querer calar-se… De tempos a tempos relembra-nos a sua importância quase que reclamando também mais atenção. Sem voz, a herança histórica de Alvalade mostra-se, frequentemente, através de diversos testemunhos guardados durante séculos nas entranhas da vila, alguns deles pequenos tesouros como é o caso da peça medieval verdadeiramente excepcional (na fotografia), cuja identificação divide alguns historiadores consultados entre as possibilidades de poder ser um sinete ou marcador de lacre (símbolo ou selo) ou a guarnição dos arreios de um cavalo ou mesmo de uma peça de indumentária humana, muito provavelmente dos séculos 14 ou 15.
Por iniciativa de um amigo de Alvalade, o sinete ou marcador de lacre encontrado e recolhido em solos alvaladenses (na fotografia) foi exposto no grupo facebookiano “A ARTE DA HERÁLDICA DE FAMÍLIA EM PORTUGAL” para se tentar conhecer mais alguma informação sobre esta peça excepcional. Com os condicionalismos de uma análise feita apenas através de uma fotografia simples, um dos elementos daquele grupo de discussão avançou com uma possível leitura da inscrição gravada na peça, da autoria de António Castro Henriques. Segundo este estudioso, a peça inclui a seguinte inscrição: S[IGIVLLUM] VIVALDI E[X] PA[N]DULFO ou seja, Vivaldo filho de Pandulfo. No mesmo texto, acrescenta-se que “(…) Dom Vivaldo Pandulfo é um mercador genovês de finais do século 13, possivelmente ligado aos Pessanha e cuja viúva funda um mosteiro de Santa Clara em Lisboa com licença de 1288”.
Quantos outros testemunhos importantes do processo histórico de Alvalade não permanecem ainda escondidos e guardados no subsolo da vila e nos territórios da freguesia?
Quando terá Alvalade um museu que os dignifique, valorize, que divulgue a nossa história e que sirva, em simultâneo, como motivo de interesse para atrair mais visitantes e turistas para a vila e dessa forma possa também contribuir para o desenvolvimento da freguesia?
_LPR
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