Alvalade é uma vila e freguesia do concelho de Santiago do Cacém, situado na sub-região Alentejo Litoral e no Distrito de Setúbal.
O clima, os cursos de água e a generosidade dos recursos naturais da freguesia fizeram com que este território fosse motivo de interesse desde o Mesolítico (8 mil anos atrás), nomeadamente no sítio da Gaspeia, onde recentemente foi descoberto um vasto conjunto de lareiras, que terá sido uma área onde se preparavam e cozinhavam os animais caçados na região e posteriormente transportados para outros locais onde houvesse menos caça, assegurando dessa forma a subsistência desses grupos ou comunidades que sazonalmente se fixavam temporariamente naquele sítio.
Porém, a presença humana nos actuais limites da freguesia regista-se, sem interrupção, em praticamente todos os períodos da História da Humanidade, com destaque para a abundância dos vestígios e achados da época romana, que terá sido a mais intensa e que abre a possibilidade da Vila de Alvalade ter tido origem num vicus (povoado romano equivalente às actuais vilas).
Após a reconquista do território aos mouros, que definitivamente faria de Alvalade uma terra cristã com a conquista de Aljustrel, em 1234, a construção de uma pequena ermida ainda no século XIII, no local onde está hoje a igreja matriz, significaria um novo impulso de desenvolvimento urbano da povoação. Em 1273, o rei Afonso III doou Alvalade à poderosa Ordem Militar de Santiago da Espada, uma ligação que só iria terminar após a extinção das ordens religiosas, já em pleno século XIX.
No entanto seria o século XVI a época de maior esplendor para Alvalade, nomeadamente a partir de 1510, ano em que recebeu o seu foral outorgado por D. Manuel I. A vila cresce e desenvolve-se em boa parte do actual perímetro do núcleo histórico, a igreja matriz é ampliada e dotada de novas alfaias de apoio ao culto, as ermidas ao redor da vila e nos limites do concelho são valorizadas, e é fundada a Santa Casa da Misericórdia que a partir de 1570 passa a ter templo próprio.
O terramoto de 1755 provocou grandes prejuízos na vila, quer ao nível das habitações particulares como nos templos e no pelourinho. A custo e lentamente a vila renasce, mas as marcas do terramoto ficariam até aos nossos dias e são identificáveis nas obras pouco criteriosas feitas na igreja matriz e na reconstrução do pelourinho, uma situação em parte justificada pela carência de meios com que o concelho alvaladense se confrontou.
A Revolução Liberal no século XIX seria no entanto mais nefasta para o concelho de Alvalade do que os efeitos do terramoto… A implantação do Liberalismo e as reformas introduzidas, ditam uma nova divisão administrativa do território nacional e extingue o concelho de Alvalade em 6 de Novembro de 1836. Alvalade é agora uma freguesia do concelho de Messejana, onde iria permanecer até 1855, altura em que este também é extinto, transitando ambas, enquanto freguesias, para o concelho de Aljustrel.
A crise política e administrativa que se vivia na freguesia, com a debandada das elites locais, na maioria simpatizantes do regime absolutista encabeçado pelo rei D. Miguel I, e que asseguravam a vida das instituições mais importantes da povoação, provoca o declínio e a extinção da Santa Casa da Misericórdia de Alvalade em 4 de Julho de 1861.
Em 1871, Alvalade muda mais uma vez de administração concelhia, desta vez para o concelho de Santiago do Cacém, onde ainda se mantém.
_LPR
Com tantas e tão significativas referências históricas é bom que não se silenciem as bocas e que todo “o povo” se una em torno do mesmo objetivo – a divulgação de um espólio tão rico e variado, a exploração dos recursos naturais, a criação de infraestruturas, como alojamento local e transportes …porque as potencialidades existem! A planície sem fim, a flora local, por si só, já constituem um magnífico postal! Quem luta por melhores dias, não desista de tão nobre ideal!