Alvaladenses que merecem ter o seu nome inscrito na toponímia da vila…

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A toponímia das ruas da vila exibe vários nomes de individualidades sem qualquer ligação a Alvalade e sem sequer terem pisado este chão alguma vez… Em contraponto, acumulam-se destacados naturais da terra que, pela sua dedicação e trabalho por Alvalade ao longo da sua vida, nunca foram reconhecidos, homenageados e muito menos distinguidos com o seu nome numa rua da vila, fazendo jus a um velho ditado local que diz que “Alvalade é boa mãe para os de fora e madrasta para os seus filhos“… Contudo, essa falha ainda pode ser reparada se, evidentemente, houver vontade (política) para isso…

Alvaladenses com trabalho e expressão local:
– Eduardo Olímpio – distinto poeta e escritor neo-realista, natural de Alvalade, com vasta e importante obra literária (de dimensão nacional), é um dos nossos principais embaixadores fora de portas. Já foi homenageado mas há muito que merece o seu nome numa rua da vila;
– Luís Martins da Silva – dedicou parte importante da sua vida a esta terra e a ele se devem, em grande parte, todos os equipamentos sociais de Alvalade e a sobrevivência da Casa do Povo, entre muitos outros contributos, por exemplo na área cultural e recreativa. Merece ter o seu nome, por exemplo, na rua onde residiu grande parte da sua vida;
– José Raposo Nobre – foi comerciante e co-fundador do Cinema de Alvalade que administrou durante várias décadas contribuindo dessa forma para o desenvolvimento cultural e social desta freguesia. Foi também presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, autarca na Junta de Freguesia de Alvalade, destacado e dinâmico dirigente da Sociedade Recreativa Alvaladense (já extinta), do Futebol Clube Alvaladense e da Casa do Povo de Alvalade. Merece o seu nome inscrito, por exemplo, no largo onde sempre viveu;
– Augusto Deodato Guerreiro – académico de mérito, poeta e escritor alvaladense, nunca renegou e sempre enalteceu as suas raízes. Merece o seu nome numa rua da vila;
– Acácio Cortes Cabrita – médico com consultório em Alvalade a quem dedicou toda a sua vida. Merece o seu nome na rua onde exerceu e atendeu várias gerações de alvaladenses e populações limítrofes;
– António Saiote – pintor de mérito reconhecido, natural de Alvalade, nunca esquece as suas raízes. Carrega o nome de Alvalade, com orgulho, em todas as exposições do seu trabalho pictórico. É um dos actuais grandes embaixadores desta terra e merece o seu nome numa rua da vila;
– Francisco Mendes da Bica – foi presidente da Junta de Freguesia de Alvalade e esteve ligado a vários melhoramentos importantes na vila, no século passado. Foi director e um dos principais obreiros da construção da sede da Casa do Povo, em 1964. Foi também um dinâmico dirigente da Sociedade Recreativa Alvaladense (já extinta). Merece que o seu nome seja reposto na rua que já o teve, ou seja na rua 1º de Maio, removido após o 25 de Abril;
– José Gonçalves (Zé Mata-Lobos) – a ele se deve a fundação e o nome da Mimosa, no início da última década de 60. Permitiu e facilitou a fixação de moradores naquele lugar através da venda e cedência de terrenos seus, numa altura em que a vila tinha algumas dificuldades em expandir-se. Merece amplamente, e há muito, o seu nome inscrito numa das ruas da Mimosa;
– Mariana Faia – a mais proficiente e requisitada parteira que Alvalade conheceu no século passado, cujas mãos ajudaram muitas dezenas de parturientes alvaladenses a trazer os seus filhos à luz do dia, numa época em que nasciam muitos bebés. Merece ter o seu nome inscrito na toponímia da vila;
– Luís da Lança Parreira – foi vereador destacado na Câmara de Alvalade no séc. 19 e um dos mais activos e dinâmicos elementos da mesa da Santa Casa da Misericórdia de Alvalade. Teve a coragem de receber e acolher o deposto rei D. Miguel I na sua casa, quando boa parte do país o hostilizava, nos finais da guerra civil de 1832-34 que opôs miguelistas e liberais. Por esse episódio, foi perseguido pelo regime liberal e obrigado a sair de Alvalade, radicando-se em Messejana. Merece o seu nome numa rua da vila;
– Frutuoso Pires – alvaladense que no séc. 16 deixou toda a sua fortuna e bens encapelados à Igreja da Misericórdia, cuja construção custeou sozinho. Pelo seu altruísmo e amor a esta terra merece ter o seu nome inscrito numa rua da vila;
– Andrade Rodrigues – destacado alvaladense e mui competente Procurador do Concelho de Alvalade em 1510 (cargo equivalente ao actual Presidente de Câmara), atendeu todas as solicitações da comissão dos forais de D. Manuel I e contribuiu para Alvalade receber o Foral Novo. Na prática, foi o primeiro presidente da Câmara Municipal de Alvalade após a outorga do foral manuelino e a autonomia administrativa de Alvalade. Justifica o seu nome inscrito numa rua da vila.
Figuras históricas que não sendo alvaladenses, integram igualmente as memórias e o património cultural da freguesia:
– D. Miguel I – Foi o único rei que visitou Alvalade, embora já deposto, deixando a promessa que se algum dia voltasse a reinar faria de Alvalade uma terra próspera, como retribuição pela forma amável e acolhedora como os alvaladenses o receberam. A rua onde existiu a casa que o acolheu, na última noite que dormiu em território português, deveria designar-se ‘Rua D. Miguel I’ e não ‘Rua 31 de Maio de 1834’;
– D. Sancho II – foi no seu reinado que Alvalade se libertou do jugo muçulmano tornando-a terra definitivamente portuguesa e cristã, em 1234. Justificaria plenamente a sua inclusão na toponímia da vila;
– D. Jorge de Lencastre – Grão-Mestre da Ordem Militar de Santiago da Espada e filho legitimado do Rei D. João II, visitou a comenda espatária de Alvalade em Novembro de 1510, durante 3 dias. As suas ordens e provimentos que deixou e proferiu ao longo do seu ‘mandato’, valorizaram o património da comenda de Alvalade. Justifica a inscrição do seu nome na toponímia da vila.
_Luís Pedro Ramos

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