É aqui criado em abundância o gado vacum que, além de servir para os trabalhos da lavoura, abastece de boa carne os talhos do país. Também aqui são criados, em abundância, para consumo alimentar, o gado caprino, ovino, e lanígero, dando este boa lã e lacticínios.
O gado suíno é exportado em grandes varas para os mercados de consumo, depois de convenientemente engordado nos montados, com a lande e bolêta dos sobreiros e azinheiras. O pastor encarregado dos rebanhos chama-se “maioral”: o maioral dos bois e o maioral dos porcos, das ovelhas e das cabras. Costumava o maioral ter um auxiliar: o ajuda. O maioral – o pastor -, usa um cajado, de volta, especie de báculo; o dos bois usa a calheira, cajado curto, com uma volta grossa e pesado, que, de longe, atiram aos bois, para os guiarem. O maioral dos porcos – o porqueiro -, usa, presentemente, de um chicote de correia comprida; no Inverno, os maiorais usam de chapéu largo, de safões e pelico ou manta de lã, aberta ao meio e que enfiam na cabeça. Aquece-os e poupa-os da chuva.
Como a caça no Baixo Alentejo, rareou muito, usam já, bastante, a engorda de coelhos mansos e também a modalidade de soltarem alguns casais de coelhos mansos, para os grandes montões de lenha, pois proliferam, abundantemente, em plena liberdade, sendo depois mortos a tiro, como coelhos bravos. Escusado será acrescentar que as galinhas, os perús e os patos, são também suculento subsídio para a alimentação.
_Apontamentos históricos do Padre Jorge de Oliveira (1865-1957), pároco de Alvalade entre 1908 e 1936, para uma monografia que não chegou a publicar.
Comentários recentes