Ao fundo, em último plano, o monte da Ameira, da herdade com o mesmo nome que tem presença humana comprovada desde épocas imemoriais mas onde se destacam os vestígios da ocupação e colonização romana, à semelhança do que aconteceu noutros locais da freguesia. No plano anterior emerge a ponte de origem romana, alterada em épocas posteriores e com obras de vulto no século XVI, segundo alguns investigadores.
Por estes dias, o vale de Campilhas e as suas principais marcas culturais têm como companhia um longo manto amarelo de uma plantação de girassóis que lhe empresta uma atmosfera única, quase que reclamando uma visita e uma atenção particular para um dos espaços de maior beleza paisagística e mais frequentados na cintura de Alvalade. O único contraste negativo, continua a ser o acesso para o vale de Campilhas, sobretudo o primeiro terço do caminho que é parcialmente ladeado por várias estruturas abarracadas, algumas delas já sem uso e aparentemente abandonadas, que formam um cenário indigno e anárquico num dos espaços mais interessantes da freguesia. Mais cedo ou mais tarde, a freguesia terá que considerar e concretizar, necessáriamente, um projecto de substituição destas “estruturas” de apoio às hortas por um modelo melhor integrado na paisagem que cumpra a sua função de acordo com as necessidades dos hortelões do local, e que poderá depois ser alargado a outros terrenos alvaladenses onde se verifica o mesmo problema. A paisagem e a imagem da freguesia de Alvalade sairão seguramente valorizadas!
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Acredito que com muita sensibilidade, bom-senso e, sobretudo, muito respeito pelos nossos amigos hortelãos, mais cedo ou mais tarde, o problema será resolvido.
Considerando a importância das hortas, não só para a economia doméstica mas também como terapia ocupacional, o investimento nestes equipamentos por parte da autarquia justifica-se plenamente.
Existem municípios que já estão no terreno com projectos para resolver situações deste género. Penso que no caso de Alvalade, poder-se-ia começar pelo caminho para a ponte romana, com um projecto-piloto, É um espaço muito emblemático de Alvalade, muito frequentado, que tem uma imagem terceiro-mundista. Não seria difícil aos técnicos da câmara municipal conceberem um modelo de abrigo para os hortelões guardarem as suas ferramentas, que se integre na paisagem e que coloque um ponto final na anarquia actualmente existente. Aos poucos, com acções de sensibilização e alguma boa vontade, o projecto poderia ser estendido a outros locais da vila onde o problema também existe e que prejudica fortemente a imagem da freguesia.
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