Na quarta-feira de cinzas, logo no começo da Quaresma, fazem-se os contratos entre rapazes e raparigas. Estes contratos consistem no seguinte: no meio do dia e ao pôr do sol, todos os dias, cada um deles esconde-se e procura colher de surpresa o parceiro (de contrato), dizendo-lhe, subitamente “reze”.
E o colhido é obrigado a rezar, embora mentalmente, o Pai Nosso ou a Ave Maria. No sábado de Aleluia, o que foi colhido, além da reza tem de dar ao outro as amêndoas.
São interessantes estes contratos pela diligência que ambos fazem para se esconder, havendo ocasiões em que andam muito tempo no jogo das escondidas para evitarem o “reze”.
_Apontamentos históricos do Padre Jorge de Oliveira (1865/1957), pároco de Alvalade entre 1908 e 1936, para uma monografia que não chegou a publicar.
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No meu tempo, o que se dizia no sábado de Aleluia, era “OFERECE E REZA”, ao que o outro já sabia que tinha que oferecer as amendoas combinadas.
Abraço.
mais uma bela página da etnografia regional.
Em Garvão, era só “oferece!” nos anos 60.
Abraço