A fotografia não é inédita e já foi aqui publicada há algum tempo. É da autoria do alvaladense Manuel Cortes, que registou muitos dos momentos mais importantes da história social da freguesia. A imagem documenta a sede da Casa do Povo, em 1962, pronta a inaugurar, o que acabaria por acontecer oficialmente em Fevereiro de 1964 com a presença de várias individualidades de peso da política nacional e regional da época. A imponência e a “modernidade” do novo edifício, o mais importante da freguesia naqueles tempos, contrastam com o pavimento miserável e quase “pré-histórico” da praça D. Manuel I e da rua principal de Alvalade, um século depois da freguesia ter sido integrada no concelho de Santiago do Cacém.
Com a Casa do Povo prestes a comemorar setenta anos de vida (1943/2013) a data irá ficar marcada com letras de ouro na história da instituição com a inauguração do Lar de Idosos actualmente em construção, o corolário natural de um esforço continuado da obra social e de grande mérito que desenvolve há várias décadas na comunidade alvaladense.
Em 2014 será a vez do edifício-sede da Casa do Povo celebrar meio século de existência (1964/2014). Por ele passou parte importante da vida social, cultural e política dos últimos 50 anos da freguesia, contribuindo também para moldar a comunidade que hoje somos. E será certamente pela sede quase cinquentenária da Casa do Povo que o futuro de Alvalade irá também continuar a passar.
_LPR
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Uma bela fotografia e… um belo edifício. Desenquadrado, é certo, mas representativo de uma época.
Confesso que sem a legenda, dificilmente o reconheceria. Os ornamentos azuis, as barras, os toldos, etc, longe de o aproximarem da arquitectura tradicional, criam um “ruído” que o desvirtua.
Não seria preferível assumi-lo, recuperar e até talvez reforçar, o ar “clean” que tinha originalmente?
Peço desculpa pelo atrevimento de opinar sobre um assunto em que sou totalmente leiga, arriscando-me a dizer disparates.
De qualquer maneira, a mais importante Instituição de Alvalade.
Trata-se efectivamente de um edifício de arquitectura típica do Estado Novo, que actualmente nunca seria aprovado no ambiente urbano onde está edificado. Está perfeitamente desenquadrado em todos os sentidos. Mas como não o podemos implodir, seria conveniente tentar minimizar o seu impacto negativo no ambiente arquitectural da praça. Julgo que isso está previsto na intervenção projectada para a requalificação da praça D. Manuel I. Mas nisto, como em muitas outras questões relacionadas com o centro histórico e a sua preservação, continuam a faltar acções de sensibilização, informação e educação para o património, que seriam importantes para preservar e travar a crescente descaracterização, e um conjunto de incentivos que estimulem os moradores e instituições a defenderem a identidade do velho casco urbano de Alvalade.
Por mim, e ainda sobre o edifício-sede da Casa do Povo, veria com bons que o muro em redor do imóvel fosse totalmente demolido e removido, e também por essa via fosse possível integrar melhor o edifício.
_LPR