O longo passado de Alvalade é evocado no núcleo histórico da vila onde se encontram os principais monumentos. Do conjunto destaca-se a igreja matriz edificada em finais do século 15 ou inícios do séc. 16, de estilo manuelino, visível no portal ogival e nas cantarias da cabeceira, que tem Nossa Senhora da Conceição da Oliveira como orago principal. Na capela-mor, abobadada, observa-se um extraordinário retábulo de talha dourada e policromada, datado de finais do séc. 17 ou inícios do séc. 18, de estilo nacional ou “Português”, que preenche totalmente o fundo da ousia. Na torre sineira podemos apreciar um magnífico relógio de Sol, seiscentista, provavelmente talhado num bloco de pedra de Trigaches, considerado um dos melhores exemplares do Alentejo.
Do adro da Matriz, avista-se a velha ponte romana, reconstruída no séc. 16, edificada no antigo leito da ribeira de Campilhas, próximo do local onde esta entrega as suas águas ao rio Sado. A sua tipologia, única na região, convida e justifica plenamente uma visita.
No centro da Praça D. Manuel I encontramos o velho pelourinho quinhentista, manuelino, antigo símbolo do poder judicial concelhio, entre os velhos Paços do Concelho de Alvalade e a igreja da Misericórdia, templo com ascendência maneirista, concluído em 1570, que apresenta uma configuração arquitectónica pouco comum entre as igrejas das Misericórdias alentejanas. Ao lado dos antigos Paços do Concelho, no início da rua de S. Pedro, encontra-se a Casa dos Juízes, de arquitectura popular, onde ainda se vislumbram alguns vestígios de traça mourisca. Outro ponto de interesse na vila é a fonte e lavadouro da Bica (na imagem), edificados em 1918 pelos Caminhos de Ferro Portugueses. Do conjunto destaca-se o frontão da fonte valorizado com um friso de azulejos Arte Nova.
Alvalade é uma terra com um passado fecundo, com autenticidade e identidade, visíveis nos monumentos mas também no casario do centro histórico e tradicional onde predominam as habitações caiadas ou pintadas de branco, de traça simples, popular, com molduras e rodapés azuis ou amarelos, característicos do Alentejo genuíno a quem os alvaladenses muito se orgulham de pertencer.
_LPR
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