É um dos imóveis civis mais antigos do centro histórico e da vila e o único que mostra a data da sua construção (1851). A sua simplicidade não lhe retira a importância e o simbolismo que teve durante várias décadas ao longo do século passado. Por ele passaram várias gerações de alvaladenses onde conheceram as primeiras letras com Inês Faria Ramos, numa época em que não existiam creches, infantários nem as pré-primárias. No 22 da rua de Lisboa aprendia-se a ler, a escrever, a tabuada, mas também a rezar ou a cantar o hino nacional. Ensino puro e à maneira antiga, preparando a criançada da vila para a entrada no ensino oficial. Natural de Sines, onde nasceu em 1901, a Dona Inês, como era carinhosamente tratada, radicou-se em Alvalade em 1933 e rapidamente ganhou a estima e o respeito da população com quem privou até 1986. Fez todos os exames e teve aproveitamento para ser professora regente mas quis o destino que o Estado nunca a tivesse chamado para exercer. Cumpriu a sua vocação de outra forma e contribuiu fortemente para combater o analfabetismo que por essas épocas grassava na vila e ainda hoje é lembrada, especialmente pelos que passaram pelo 22 da rua de Lisboa.
_LPR
Boa tarde!
Sou um dos muitos “alunos” que ali aprendeu a “cantar a tabuada”, o “a” “e” “i” “o” “u”, o hino nacional, etc. etc., etc.!
Também com a D. Inês, aprendi a crescer e a fazer-me a criatura que sou.
Graças ainda à sua transmissão de conhecimentos, entrei na instrução primária na segunda classe, após ter prestado prova de conhecimentos.
Já não me lembrava do numero da porta, mas, jamais esquecerei a sábia e paciente Srª. D. Inês a que tanto devo e a quem os Alvaladenses ainda não prestaram a devida homenagem.
Acho que, tal como a Dr.ª Graziela, também a D. Inês merece o seu nome a uma rua ou praça da nossa terra.
O que diz a isto o presidente da junta?
Abraço a todos.
Lito
Atrevo-me a sugerir uma “Praça” pois foram muitos de nós que aprenderam a Tabuada e o “AEIOU” com a D. Inês
Também fui uma das alunas da D. Inês, onde aprendi as primeiras letras. Senhora que eu recordo com saudade!
Porque não a rua de Lisboa passar a ser “Rua Dona Inês”
Boa tarde a todos!
Ao que verifico, não reconheço vontade nos Alvaladenses para prestarem homenagem aos seus “filhos” que se distinguiram!
Lembro-me não só da Dr.ª Graziela, já eternizada, mas também a D. Inês que ensinou várias gerações a ler e escrever, e ainda, a D. Mariana Libânia (?) que tantos Alvaladenses ajudou a nascer.
Será que somos dignos destes “nossos” antecessores, perpetuando-os no tempo?
Espero que sim!
Abraço a todos;
Lito
É uma boa questão! Tenho a minha opinião sobre o assunto, mas nesta altura prefiro não a emitir.
_LPR
Também eu, andei na escola paga, como era chamada a escola da D.Inês. Quando acabava a escola, no horário normal ou nas férias, lá íamos nós com a cadeira às costas e o lanche na mala ou numa cestinha. Nesta “escola”, aperfeiçoávamos o que aprendíamos na escola oficial ou então dávamos os primeiros passos na aprendizagem das letras e dos números. Onde quer que esteja, obrigada D.Inês.
Boa tarde!
Vou voltar à relembrar este assunto.
Será que já nos esquecemos?
Vamos dar o nome da “D. INES” a uma rua de Alvalade-Sado?
O que é preciso fazer para perpetuar a memória das pessoas que são queridas a uma povoação?
Senhor presidente da junta, porque esperamos?
Há ruas em Alvalade-Sado identificadas com “números”, será que não temos pessoas que mereciam ser eternizadas nesses locais?
Abraço a todos;
Lito