O Entrudo ou Carnaval, que para a maioria das pessoas é a mesma coisa porque ambas as designações são sinónimo de festa e de alguns comportamentos provocadores e ostensivos, próprios da época que permite e desculpa quase tudo, teve tradição ancestral também em Alvalade.
“(…) Depois de se ter organizado a Sociedade Recreativa de Alvalade, a Direcção desta Associação de recreio contrata grupos musicais e dá bailes na sua Sede nos dias de Carnaval. Na quarta-feira de cinzas, já fora da época carnavalesca, já de noite, um grupo de estúrdios empunhando archotes, organizam um simulacro de cortejo fúnebre, metendo defunto, sacerdote com acólito, levando este, um “doutor” (penico) com água e uma vassoura que serve para aspergir os circunstantes após uma saraivada de latinório burlesco. Param em vários pontos e aí é lido o testamento do finado que consiste numa enormidade de disparates, excelentes para desopilar o fígado… Termina a comédia nos olivais, aonde se enterra o defunto que é honrado com uma descarga dada por caçadores que em grupo acompanham esta tirada cómica”.
O texto acima, do Padre Jorge de Oliveira, descreve, ainda que de forma telegráfica, as tradições carnavalescas alvaladenses que se mantiveram durante várias décadas. O baile de Carnaval, que outrora era realizado pela Sociedade Recreativa Alvaladense, acabou mais parte por ser assumido pela Casa do Povo. O Enterro do Entrudo realizou-se sempre até há bem pouco tempo, por carolice também da Casa do Povo, embora não se tenha realizado nos últimos anos por falta de aderentes. Foi, durante muito tempo, um dos momentos altos e mais vividos da época carnavalesca da freguesia.
_LPR
O Povo de Alvalade sempre gostou de festejar o Carnaval.
Além do baile na Sociedade, abrilhantado pelo José dos Reis.
Lembro-me também de marchas carnavalescas feitas pelas jovens da terra, ainda hoje me lembram algumas cantigas as quais eram feitas pela próprias marchantes.
Era sempre feito na 4ªfeira o enterro do Carnaval. Como é bom recordar.