O processo de desertificação galopante do centro histórico de Alvalade, que se tem intensificado na última década, continua a fazer o seu caminho livremente… A cada ano cresce o número de casas fechadas e sem moradores, muitas delas no mercado imobiliário há vários anos, sem interessados e cuja degradação é já evidente. A deslocalização de muitos habitantes, sobretudo as faixas etárias mais novas da população para a chamada zona de expansão e novos loteamentos, contribuiu também para a desertificação do núcleo antigo de Alvalade.
Ainda assim, o centro histórico continua a ser o espaço preferido da maioria dos empresários e comerciantes da freguesia. Nos últimos 10, 15 anos foram modernizados diversos espaços e surgiram novos negócios entre estabelecimentos comerciais, prestadores de serviços, entre outros. Sobretudo na rua tida como a mais importante da vila e nas que lhe são mais próximas, onde os empresários locais têm feito um esforço muito significativo para valorizar e relançar os seus negócios, recuperando edifícios ou construindo outros de raiz, na maior parte dos casos respeitando a identidade urbanística do núcleo histórico. Esse esforço dos empresários e comerciantes locais e também de alguns moradores merece e justifica plenamente também um outro esforço, com dinheiros públicos, para um projecto de requalificação do centro histórico (arruamentos, iluminação pública, património, substituição das redes de esgotos e de abastecimento de água, introdução de uma nova linha de mobiliário urbano que inclua a renovação do projecto de sinalização turístico-cultural dos principais monumentos, etc) mas também a criação de novos motivos de interesse como o Museu de Arqueologia de Alvalade, a recuperação e dinamização do antigo cinema, entre outros. Em suma, uma nova vida para o núcleo histórico que atraia e fixe mais habitantes, novos negócios, revitalize o comércio e ao mesmo tempo o torne mais atractivo para os visitantes e turistas.
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É a minha zona da vila minha preferida também e só tenho pena de agora não poder comprar uma casinha aí para passar férias.
Sem a criação de emprego não se fixam na vila pessoas jovens, os mais velhos vão morrendo a um ritmo vertiginoso. Alguns dos nascidos cá, que abalaram e pensavam voltar já se arrependeram devido à distância que estamos dos serviços de saúde.Nos próximos dez anos há quem profetize mais de 50% de casas abandonadas…
O investimento público valoriza a vila e melhora as condições para a atrair investimento privado. Sem isso, é mais difícil atrair empresas e criar mais emprego e novas oportunidades de negócio. Uma terra bonita, bem cuidada, com equipamentos sociais, culturais, desportivos e de lazer, com um parque de empresas atractivo tem sempre mais condições e mais possibilidades de atrair novos moradores e novas empresas.
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