O Pregoeiro

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Praça D. Manuel (Alvalade)O pregão costuma ser lançado nos 4 pontos cardiais da Vila e, quase sempre, noite fechada, à hora da ceia. Apregoa-se o que se vende, o que se perdeu, o que se achou e o que é proibido. Até há pouco, os pregões, em Alvalade, tinham um carácter ou sabor medieval, como vai ver-se: “Seja louvado Nosso Senhor Jesus Cristo! Todo o gado que foi encontrado na pastagem da Ameira, será encoimado e levado para o Curral do Concelho!”

“Seja louvado Nosso Senhor Jesus Cristo! Quem tiver perdido um pelico e uns safões vá a casa do ti Chico Intóino, que lá estão”.

Mais recente:  “Viva a República! Quem tiver relógios escangalhados, vá a casa do Gracias, que lá se amanham, e amanham bem. Isto diz ele. Ouviram?”.

_Apontamentos históricos do Padre Jorge de Oliveira (1865/1957), pároco de Alvalade entre 1908 e 1936, para uma monografia que não chegou a publicar.

Uma Resposta a O Pregoeiro

  1. José Raposo Nobre   17 de Dezembro de 2013 at 18:16

    Os Pregoeiros que conheci em Alvalade foram o Paquete (enterrador) e o Antonio Leonor que no fim dizia sempre “OUVIRAM OU NÃO OUVIRAM”.
    Tenho boas recordações dum verdadeiro Pregoeiro de SINES que percorria os pontos principais da vila a apregoar a Carne dos Talhos, sobretudo quando matavam gado Bovino. Havia 2 Talhos, o do Paixão (pai dos dois melhores futebolistas que Sines conheceu) e dos Campinas. O Pregoeiro era uma figura tipica inesquécivel numa vila de Sines com muitas coisas boas, mas que, felizmente, o progresso destruiu. Sai de lá com 5 anos, mas passava lá as férias de meus pais. Quando me empreguei no Comércio estive numa loja que ainda hoje existe na Praça Tomaz Ribeiro, entre os 12 e os 14 anos. Aprendi muito de Balcão e gosto pelo Cinema,no destruido Cinema Vasco da Gama, hoje Centro de Artes de Sines.Teve mais sorte que o C.Alvalade.
    JRN

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