Um novo olhar para os rios de Alvalade

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11 Comentários

Pinguela dos Coitos (Alvalade)A relação da freguesia de Alvalade com o rio Sado e a ribeira de Campilhas resume-se ao uso destes recursos aquíferos para a agricultura. No Verão, proliferam nas suas margens os motores de recolha e bombagem de água que em poucas semanas deixam as ribeiras praticamente vazias. Pelo menos é o que se observa nos troços destes rios ao redor da vila. Será um “mal necessário”, mas entristece ver depois os cursos de água praticamente secos em grande parte do ano…

Noutras terras do país, como por exemplo Alcácer do Sal, vão surgindo novos usos e novos projectos que aproximam os rios das populações noutras vertentes para além do seu aproveitamento enquanto fornecedores de água para a agricultura. Percursos pedestres, praias fluviais associadas a espaços para campismo e merendas, locais de observação da natureza, passeios de barco, etc, são alguns dos novos usos e projectos que têm surgido em várias regiões do país e que a par de pequenas acções de sensibilização e educação para a importância da preservação da natureza fazem com que as comunidades locais se aproximem dos seus cursos de água, assumam a sua defesa e das espécies que estes acolhem, e os potenciem nas vertentes de lazer e turismo.

Os cursos de água de Alvalade dificilmente serão algum dia navegáveis nos troços dentro da freguesia. Mas um projecto que defenda os leitos e a  biodiversidade do rio Sado e da ribeira de Campilhas, que requalifique as suas margens, que contemple a marcação de percursos pedestres e locais de observação da natureza, é uma aspiração legítima que dignificaria e valorizava a relação da freguesia com os seus dois rios, também eles parte importante e indissociável da identidade alvaladense.

 _LPR

11 Respostas a Um novo olhar para os rios de Alvalade

  1. Sissi   21 de Dezembro de 2010 at 17:09

    Ora viva “Gente da Minha Terra”. Um Santo Natal pa todos, um abraço saudoso da vossa Sissi.
    *************************
    Após a limpeza do Sado que tal o Sr. Presidente da Junta (Ruizinho) começar a pensar numa praia fluvial? Boa?

    Jinhos

    Sissi

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  2. JORGE SEVERINO   21 de Dezembro de 2010 at 17:29

    Boa tarde
    Quanto mais fizermos pela nossa natureza, melhor vão viver no futuro os nossos filhos e netos. Parabéns pela foto que é excelente. J. Severino

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  3. Maria do Carmo Candeias   22 de Dezembro de 2010 at 14:57

    Sonhar!…
    O sonhar… faz com que o ser humano dignifique e prospere o seu espirito e a sua alma.
    O sonhar… é característico num olhar que vagueia a observar os requintes da natureza.
    Mas a natureza merece ser ajudada, estimada e sobretudo respeitada.
    O ano 2011 aproxima-se. Nunca é demais chamar a atenção de quem de direito para a sensibilização de algo mais ser feito por Alvalade.
    Brindem-nos com o nosso olhar para Alvalade com a dignidade que ela merece.

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  4. admin   22 de Dezembro de 2010 at 15:30

    No dia em que Alvalade deixar de ter sonhadores e perder ambição, é sinal de que a freguesia está acomodada e resignada. Devemos querer e exigir sempre mais e melhor para a nossa terra. Sobretudo daqueles que nos representam e que governam os nossos destinos.
    Alvalade precisa de se reconciliar com os seus dois rios. Eles foram muito importantes durante muitos séculos e ainda o são hoje. Alvalade deve-lhes, em grande parte, a razão da sua existência e muito do que a freguesia é hoje. Por isso é urgente fazer algo por eles, pelas espécies que ainda guardam, e dar-lhes a atenção e o carinho que justificam e merecem. Tratá-los como se fossem (e são) os vasos sanguíneos da freguesia, onde corre parte da vida dos alvaladenses.
    _LPR

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    • Luis Ângelo   22 de Dezembro de 2010 at 22:26

      E claro está onde correu, também, parte da nossa infancia, verdade luis pedro…quem me dera voltar atrás, relembro sim…como foi maravilhoso enquanto fomos crianças, e tambem pelo facto de fazerem parte da existencia da freguesia…….
      Um bom natal para ti luis e para os que te são mais queridos, do amigo
      Luis Ângelo ”traquinas”.

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  5. Ana Maria Santos   22 de Dezembro de 2010 at 22:48

    Se realmente isto andar aparenta ser uma boa iniciativa de Alcácer e que devia ser acompanhada pelos outros concelhos onde o nosso Sado passa, uma vez que é um rio muito bem implantado no nosso Distrito. É uma imagem de marca do Distrito de Setúbal com um enorme potencial. Ermidas Sado e Alvalade Sado podiam unir-se e fazer algo por este rio que tanto deu às duas freguesias.

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  6. admin   23 de Dezembro de 2010 at 14:39

    É verdade Luis, são de facto muitas as recordações dos tempos passados nas ribeiras nas chamadas férias grandes. Eram as nossas piscinas e praias de Verão. Hoje, isso já não era possível. Infelizmente. Um Feliz Natal e um Bom Ano Novo também para ti e para os teus com um abraço amigo do,
    _LPR

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  7. José Raposo Nobre   19 de Abril de 2011 at 17:38

    Venho finalmente escrever sobre os Rios que tão importantes foram para esta região, mas refiro-me principalmente ao Sado que desde a
    primária antiga tinhamos de conhecer todos e seus afluentes. Hoje, o belo Sado é um autentico matagal.
    Só peço aos autarcas responsáveis para exporem o problema ao Ministério do Ambiente e ao Instituto Nacional da Água, entidades com responsabilidade no setor, mas com os cortes do FMI o que podemos esperar?
    JRN

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  8. admin   20 de Abril de 2011 at 12:31

    No geral subscrevo as observações do Sr. Nobre. Uma das situações que me parecem mais graves e que urge resolver rápidamente tem a ver com os esgotos da Mimosa que entram todos os dias no rio Sado junto à ponte dos Arcos. Nos tempos que correm, já não é aceitável nem compreensível existirem situações destas. Isto é matar o rio e a sua biodiversidade. É necessário e urgente construir rápidamente a dita estação elevatória para tratamento dos esgotos da Mimosa. Seja com meios das autarquias, seja com recurso a fundos comunitários, mas é urgente resolver esta questão que já se arrasta há demasiado tempo.

    Relativamente à gestão da água do Sado e da ribeira de Campilhas é confrangedor ver que no fim do verão ambos os cursos de água ficam com o fundo à vista, por via das regas de algumas culturas que “sugam” praticamente toda a água existente. O anel em redor da vila tinha condições para ter alguns espelhos de água, ou mesmo uma praia fluvial, mas isso era obra cara e que teria que envolver várias entidades e outro modelo de gestão destes recursos da freguesia.
    _LPR

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  9. Preciosa Sacramento Alves Agostinho Marques Mendes   20 de Novembro de 2011 at 22:19

    Há dias em imagens de Alvalade no Flickr fiquei vidrada nas fotografias da ribeira de Campilhas.
    A ribeira vai cheia, o Monte da Ameira lá em cima… Tantas recordações tenho de vivências naquele cenário!
    Ao fundo além mais acima o Monte da Ameira. Na margem direita da ribeira, mais para o lado, o Monte do Contador, e mais adiante um pouco mais ao fundo, a Ponte de Ferro.
    Nesta parte da ribeira por aí algures, os declives da ribeira tinham uma parte cimentada, ladeada por umas escadinhas de cimento. Naquele local todo o leito da ribeira era cimentado, havendo mesmo ao meio uma vala e, no meio da corrente, havia uma escala graduada com números em azulejos, onde os meus pais contavam a altura das águas que por ali corriam.
    Aquele era um lugar fantástico para as minhas brincadeiras e de outras crianças que por ali passavam.
    Apanhávamos pardelhas na corrente mais forte, com um cesto de vime.
    Para irmos à Ameira atravessávamos a ribeira por cima de uma pinguela.
    Mas quando a ribeira ia mais cheia, aquele “maravilhoso” local deixava de ser transitável. A escala ficava submersa, pelo que outra escala mais alta, (3 ou 4 metros de altura) era utilizada para fazer a respectiva leitura. Essa uns metros mais a sul.
    Outras escalas haviam para a leitura da altura das águas em tempo de cheias. Uma, a meio caminho da ribeira e do Monte do Contador. Outra fixada no muro do Monte. Para a eventualidade da água saltar o muro e entrar em casa, havia ainda uma régua de madeira, para que não se deixasse de efectuar a respectiva medição. Felizmente nunca houve necessidade de utilizá-la.
    Preciosa (a do contador)

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  10. admin   21 de Novembro de 2011 at 17:30

    Este comentário só por si é um apontamento muito interessante sobre o contador e as estruturas que o integravam. Conheci muito bem o pequeno cais na ribeira em frente do contador. Um espaço que no meu tempo de garoto era único e interessante para uns mergulhos, ainda que com alguns perigos uma vez que já estava muito degradado.
    O contador é uma das marcas culturais entre muitas outras da várzea de Campilhas que justificam um roteiro ou um percurso pedestre que conte e valorize essas memórias. Está actualmente completamente abandonado e tomado por ervas e silvas. Integra a lista do património abandonado e desprezado de Alvalade. Infelizmente.
    Muito obrigado D. Preciosa por nos ter trazido aqui um pouco da memória do contador.
    _LPR

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