Rendeiros da Comenda de Alvalade

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Em 1750 era rendeiro da Comenda Manuel Correia de Almeida. Em 1753 era rendeiro o Padre António da Silva Ripote, residente em Setúbal, que deu sociedade nos lucros ao lavrador Manuel Rodrigues Zarco, residente em Conqueiros, pelo espaço de 3 anos, terminando no dia de S. João de 1756 (Livro de Notas de 1752, fol.64 V e 65). O mesmo rendeiro, Padre Ripote, deu de arrendamento em 7 de Agosto de 1753 a Miguel Gonçalves, morador na Herdade da Ameira, em S. Francisco de Serra, termo de Santiago do Cacém, por 3 anos, pela quantia de 220$00, cada ano, “todas as meúnças, excepto o ramo dos enxames, mel e cera, e o principal de trigo, centeio e cevada, porque estas coisas sempre as quer ele, dito Padre Ripote, para si, para as cobrar e administrar” porém tudo o mais pertence às meúnças da dita Comenda, arrenda. Assinaram: o tabelião, Escrivão da Câmara Timóteo Santiago de Matos, Padre António da Silva Ripote e o rendeiro assinou de cruz (Lº de Notas de 1752 a 1755. fols.62 Vº). Em 1758, era rendeiro da comenda Manuel Correia de Almeida e seu sócio António Martins dos Santos. Em 1831, era rendeiro Dionísio José Farelo.

Segundo o Pe. Cardoso, em 1747 no seu Dicionário Geográfico, os territórios da Comenda era limitados:

“Tem seu termo, que parte com a vila de Panoyas pelo Nascente, e o mesmo com as vilas de Messejana e Aljustrel, e pelo Poente (deve ser Norte) com as vilas de Ferreira e Torrão, e pelo Oriente com as vilas de Santiago do Cacém, Grândola (Grândola fica a NW). Tem uma companhia de ordenanças, governa-se por dois juízes ordinários, três vereadores, um procurador do concelho, escrivão da câmara, juiz dos órfãos, com um escrivão, dois tabeliães e um alcaide, cujos ofícios faz o ouvidor da comarca de três em três anos, e em cada ano sai seu pelouro fechado e nele a justiça nossa para governo da Vila e seu termo”.

Em 1827, o visitador da Ordem recomenda aos rendeiros da Comenda o pagamento integral das congruas aos párocos, visto serem remissos em o fazer.

_Apontamentos históricos do Padre Jorge de Oliveira (1865-1957, pároco de Alvalade entre 1908 e 1936, para uma monografia que não chegou a publicar.

2 Respostas a Rendeiros da Comenda de Alvalade

  1. José Rosário   4 de Setembro de 2010 at 0:36

    É assunto que sempre me deu que pensar desde muito novo, o porquê das grandes propriedades, (já que o Alentejo sempre foi de meia dúzia de latifundiários) ao redor de Alvalade não pertencerem a nenhum filho da terra. A história de Alvalade seria outra se fosse aprofundado este tema.

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  2. admin   5 de Setembro de 2010 at 8:46

    É assunto que não se explica em meia dúzia de palavras, porque era preciso recuar muito para ver como evoluiu a questão da propriedade em Alvalade ao longo dos tempos, os direitos régios, da Ordem de Santiago, do município antes do concelho ser extinto, os efeitos após a extinção das ordens religiosas, etc, etc. E se recuarmos ao tempo da ocupação romana ou muçulmana, mais intrincada e longa seria a resposta.
    Nem é assunto para mim, cujas capacidades nesta matéria são muito limitadas.
    _LPR

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