Sem saudosismos e sem preconceitos, Alvalade não pode deixar de reconhecer que no período anterior à Revolução dos Cravos houveram conterrâneos nossos que fizeram e deixaram obra feita e que ainda hoje serve a freguesia e a população. Hoje estão esquecidos, e alguns foram mesmo varridos dos topónimos das ruas. As mudanças de regime são também isto… Mas Alvalade deve tanto aos dirigentes e líderes locais do pós 25 de Abril como a muitos outros do período anterior. Será a história e não nós aqui, que se encarregará, com o necessário distanciamento, de lhes fazer justiça. A muitos desses alvaladenses, hoje praticamente esquecidos, se deve a rede de abastecimento de água e saneamento básico, a luz eléctrica da vila, os primeiros telefones, a criação do Posto de Culturas Regadas, o cinema de Alvalade, a fundação da Casa do Povo, as várias pontes e estradas que servem a freguesia, a Associação de Regantes, a extinta estação de Correios, o Futebol Clube Alvaladense, entre muitos outros benefícios.
Hoje regressamos novamente a 26 Janeiro de 1958, dia da inauguração da rede eléctrica na vila, uma data muito esperada e vivida intensamente na freguesia. Na fotografia, convidados, dirigentes e população local convivem e petiscam no antigo mercado da Praça da República, um dos espaços centrais daquela que terá sido uma das maiores e melhor organizadas inaugurações da história da freguesia.
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… e prosseguindo o mote da sua narrativa, seria ainda bom perceber a quem se deve a extinção dos correios, o fim do cinema, a extinção da fábrica, o fim dos comboios com paragem em Alvalade, a extinção do Posto das Culturas Regadas.
…´É muita coisa extinta para uma freguesia só…
“Sem saudosismos e sem preconceitos”: É preciso lembrar, quem tanto construiu e prestarmos-lhe o nosso reconhecimento.
É preciso reconhecer o porquê de tanta destruição para poder entender.
Mas isso é cada um de nós que terá de descobrir…