Cinema Alvalade recuperado e devolvido à população…

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No dia 29 de Junho de 1956, o ‘Cinema Alvalade’ abriu as portas pela primeira vez com a exibição do filme “O Escudo Negro de Falworth”, realizado dois anos antes, e cujo elenco integrava Tony Curtis, Janet Leigh, David Farrar e Barbara Rush, entre outros. Nas três décadas seguintes recebeu algumas das maiores figuras nacionais da música ligeira e do fado, os principais filmes que as produtoras cinematográficas nacionais e estrangeiras foram realizando e muitas das melhores companhias de teatro portuguesas, tornando-se rapidamente num espaço cultural de referência na região. A esplanada apensa ao edifício, foi também durante muito tempo o local de eleição na animação de Verão da freguesia com os bailes de conjunto/grupos musicais, as festas populares e os torneios de futebol de salão.
Os tempos mudaram e talharam uma sociedade com novos hábitos de consumo e outros interesses, que o imóvel não acompanhou com os investimentos de modernização que precisaria. O encerramento do ‘Cinema Alvalade’, nos finais dos anos oitenta, acabou por ser inevitável, situação que se manteve até aos dias de hoje. Depois de adquirido pela câmara municipal, recebeu algumas obras e uma cobertura nova mas a valorização do cinema terminaria com esse investimento. Mais tarde, a autarquia santiaguense quis transformá-lo em centro cultural. Teve projecto e verbas previstas no orçamento municipal mas a obra nunca chegou a ser iniciada. Agora, quase 40 anos após o seu encerramento, o ‘Cinema Alvalade’ foi reabilitado e está pronto para ter uma nova vida. Por iniciativa da Câmara Municipal de Santiago do Cacém (a sua proprietária), ajudada pelos indispensáveis dinheiros europeus, a reabilitação do velho cinema é uma realidade desde o passado dia 6 de Abril. Sendo parte importante e indissociável da memória colectiva alvaladense, o espaço rebaptizado como ‘Auditório Municipal de Alvalade’ tem condições excepcionais para voltar a ser um relevante pólo de desenvolvimento social e cultural da freguesia. Assim a população e as forças vivas locais o queiram e saibam fruir…
_Luís Pedro Ramos

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