Início » História » A iluminação das ruas antigas de Alvalade…
						
						
							
							
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Até ao início do século passado, não existia qualquer forma de iluminação pública na vila e quando anoitecia as ruas de Alvalade mergulhavam numa absoluta escuridão, apenas contrariada pelo brilho das estrelas e o esplendor da lua. Sair à noite depois de anoitecer, só por extrema e indispensável necessidade. Um ambiente favorável aos pilha-galinhas e outros ladrões, que pela calada da noite roubavam o que podiam…
 
 
As primeiras ruas de Alvalade conheceram a iluminação pública no dia 22 de Agosto de 1914, com a instalação e inauguração de um pequeno conjunto de candeeiros que funcionavam a acetileno, colocados em pontos estratégicos da vila. Este novo sistema de iluminação pública era activado por um acendedor,  responsável por acender e apagar os candeeiros e eternizado pelo poeta Jorge de Lima: «Lá vem o acendedor de candeeiros de rua, parodiar o sol e associar-se à lua». Ao final da tarde, o acendedor, ou vaga-lume como também era designado, munido de uma escada e dos seus apetrechos, percorria e acendia cada um dos candeeiros da vila. De madrugada, quando o sol nascia, o acendedor voltava ao trabalho cumprindo o mesmo percurso com a obrigação de apagar a chama dos luzeiros, fazer o seu reabastecimento e limpar os vidros das luminárias para que estivessem sempre desembaciados e transparentes.
 
As gerações mais velhas de Alvalade ainda guardam memórias destes tempos e de alguns acendedores com a característica escada ao ombro, como o «Ti Simão dos candeeiros», entre outros. A profissão acabou extinta com a instalação da rede eléctrica e a nova iluminação pública nas ruas de Alvalade, inaugurada no dia 26 de Janeiro de 1958, novamente com festa de arromba e grande participação popular…
_Luís Pedro Ramos
 
					 
				
				
				
				
			
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